domingo, 26 de dezembro de 2010

Tolerância

«Dobrar mas não quebrar»
Começo este tema com uma frase do Dário de João XXIII.
Esta frase surpreendeu-me, porque nela se resolvia de uma maneira muito taxativa o velho dilema: adaptação ou intransigência? Quando vemos que alguma das nossas ideias não é aceite, que é preferível? Dobrar ou assumir a INTOLERÂNCIA? Será melhor bater contra uma parede, com riscos de quebrarmos a cabeça ou tentar rodeá-la e talvez esperar?
Parece-me que este dilema dividiu – e continua a dividir – os homens há muitos séculos. De um lado estão os idealistas que acreditam tanto naquilo que defendem, custe o que custar. Deste grupo saíram os mártires. E, saíram, também, os fanáticos.
Do outro lado, estão os pragmáticos, os que seguem às riscas a teoria: «Que faremos quando a realidade não se ajuste às nossas teorias?». Se formos inteligentes, seremos nós a adaptarmos as nossas teorias à realidade, já que esta não se deixa mudar tão facilmente!
Num mundo cada vez mais interdependente e democrático, a TOLERÂNCIA é indispensável para que as diferenças se possam exprimir livremente. Mas na sua forma activa, a TOLERÂNCIA, só é possível em ambientes em que se respeite a dignidade da pessoa humana e as liberdades públicas.
Para que estas teorias se cumpram, pretende-se abrir veredas que conduzam a novas formas de solidariedade, fazendo da TOLERÂNCIA, o novo nome da PAZ. À partida, o ser humano não deve ceder ou mudar nada que seja realmente substancial nas suas convicções ou na sua vida. Há uma série de coisas como a fé, o amor, a fidelidade, as metas espirituais… em que não podemos ceder um plano sequer, sob pena de as aperfeiçoarmos e de nos atraiçoarmos. Por elas, vale a pena quebrar a cabeça, sem conluios ou manobras de oportunismo.
Poderemos, então, dizer que a palavra TOLERÂNCIA, está muito relacionada com a paciência e com a constância, podendo, mesmo, defini-la como a constância em suportar a paciência, isto é, a acção de sofrer.
O assunto TLERÂNCIA, limita, também, o problema da liberdade. Será que a tolerância acabará onde a liberdade deixar de o ser? Então, pode dizer-se que tolerância, se trata dos estados da alma  que caracterizam uma sociedade que vive a experiência da modernidade.
Será a tolerância uma virtude?
Se o é, infelizmente, é virtude de muito poucos, visto que a virtude relaciona-se e manifesta-se em atitudes. Logo, tolerante é aquele que tolera; é o indulgente; é o que desculpa certas faltas ou erros; é o que admite e respeita as opiniões contrárias às suas…

Tolerância
TOLERÂNCIA é Dom
É amor, é dádiva.
É constância para com o irmão,
É sentimento de patilha;
É paz e respeitabilidade;
É mansidão e liberdade!
É paciência e calma;
É educação e indulgência;
É virtude e audácia.
Tolerância é… um estado d’alma!
                                                                    Konnie Sarmento

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